segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Visagismo .!





Todos as pesquisas sobre tendências indicam que as duas maiores são a despadronização
e a customização, que é a personalização de produtos e serviços. Isso significa que o profissional de beleza precisa saber como criar um estilo personalizado para cada um dos seus clientes e estar atento ao perigo de cair na armadilha de criar imagens padronizadas, baseadas nas "tendências" de moda...





Visagismo é a arte de criar uma imagem pessoal que revela as qualidades interiores de uma pessoa, de acordo com suas características físicas e os princípios da linguagem visual (harmonia e estética), utilizando a maquilagem, o corte, a coloração e o penteado do cabelo, entre outros recursos estéticos.


Em 1918, a escola de artes Bauhaus foi fundada sobre esse princípio ( "a função define a forma."), por Walter Gropius e um influente grupo de artistas, e seus ensinamentos mudaram definitivamente toda a área de artes visuais, desde as Belas Artes ao Design.
Essa frase significa que é preciso pensar para que ou quem a imagem serve, antes de se pensar no que será bonito ou esteticamente agradável. Vemos cortes e penteados belíssimos, que, mesmo deixando a pessoa bonita, não são adequados. Por exemplo, uma jovem médica pode ficar linda com cabelos esvoaçantes, mas não despertará muita confiança em sua competência.
 Quando se pensa primeiro na função, esta determinará como a imagem deve ser criada, para ser adequada, sem deixar de ser bela.

A palavra visagisme, derivada de visage, que, em francês, significa rosto, é o nome que Fernand Aubry criou, em 1937, para a arte de criar uma imagem pessoal personalizada, segundo esse mesmo conceito. É importante ressaltar que o conceito do visagismo existe há milênios.
Muitos indivíduos se destacaram por ter uma imagem personalizada e qualquer estilo é primeiro uma manifestação individual. As culturas africanas e muitas indígenas sempre aplicavam esse conceito; a imagem de um indivíduo é criada de acordo com seu guia. No entanto, nas culturas ocidentais e orientais, a estilização da imagem era uniformizada e seguia padrões estabelecidos por uma elite.
 No início do século XX, pessoas pertencentes às elites culturais procuravam se diferenciar, pelo estilo, das elites de poder. Como que um artista, com convicções socialistas e uma visão de mundo materialista poderia ter uma imagem semelhante à de um membro duma elite centralizadora, conservadora e católica? Usando sua intuição e sensibilidade artística, Aubry começou a atender essas necessidades.


Fernand Aubry

Pouco se sabe dos seus métodos, porque não deixou nenhum livro, mas a idéia de criar uma imagem despadronizada e personalizada cresceu ao longo do século. Parece claro que a personalização tinha um enfoque estético, harmonizando o cabelo e maquiagem com os traços físicos, e não incluía a expressão da personalidade do cliente, mas, aos poucos, a sociedade se abria à expressão individual, especialmente nos anos 60 em Londres com o trabalho de Vidal Sassoon.
Cada vez mais se contestava a imposição da beleza idealizada e falava-se em expressar a “beleza interior”. Nunca foi possível, ao cabeleireiro e ao maquiador, aplicar esse conceito totalmente, porque lhes faltavam algumas informações essenciais, principalmente sobre a linguagem visual, e um método eficaz.

 Muitas pessoas, ao longo dos últimos 75 anos, foram responsáveis pelo fortalecimento do visagismo. 

Wilhelm Ostwald (1853-1932), ganhador do prêmio Nobel em química, criou o duplo cone de cor, um sistema que permite classificar as cores com grande precisão. A estrela de cor (Color Star), criada pelo artista e professor da Bauhaus, Johannes Itten (1888-1967), é derivada do duplo cone. Ambos trabalhavam com as teorias de Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832) e o conceito de que a cor tem expressão. Itten também descobriu que havia uma relação entre as cores que seus alunos usavam e a cor da pele. Ele percebeu que cada aluno pintava com uma determinada cor mais do que outra e que essa cor se assemelhava à cor da sua pele e tinha relação com seu temperamento. Por exemplo, quem pintava com cores quentes, tinha um tom de pele quente e uma personalidade emotiva.


 
                        Wilhelm Ostwald                            

 

        Johannes Itten  



Isso levou Robert Dorr a criar o Color Key System, que revolucionou a indústria de cosméticos, por classificar as peles em quentes ou frias. Suzanne Caygill (1911-1994) fez a mais profunda pesquisa de cores de pele, identificando 32 tipos, nos anos 40 e criou a Suzanne Caygill Academy of Color e escreveu Color: The Essence of You (Celestial Arts, Millbrae USA, 1980), infelizmente fora de catálogo. Para simplificar o uso da cor e identificar o tipo de pele, desde então as peles estão classificadas em quatro "estações": primavera, verão, outono e inverno, como explica o livro de Berenice Kentner Color Me A Season.
Quem mais difundiu o conceito do visagismo nos últimos anos foi Claude Juillard, co-autor do livro Formes et Couleurs (Solar, Paris, 1999), com Brigitte Gautier, mas antes dele, várias outras pessoas se dedicaram a manter esse conceito vivo. Foi o primeiro a criar um método, baseado na análise do comportamento (linguagem corporal) e nas características físicas. Foi um avanço grande, mas ainda limitado à percepção de como uma pessoa está e não de quem ela é.



Claude Juillard


 No entanto, o ensino do visagismo tem se restringido à identificação dos formatos (formes) do rosto e dos tons de pele (couleurs). A linguagem visual e a análise da personalidade são abordadas de maneira intuitiva e, infelizmente, há uma tendência de padronizar as soluções. Tive acesso a várias apostilas de cursos de visagismo que estabelecem regras, quando investigam as soluções. (Por exemplo, sentenciam: num rosto retangular ou quadrado, nunca se deve usar linhas verticais ou horizontais.) Isso revela que continuam abordando a construção da imagem pessoal exclusivamente pela estética (a forma), sem a análise da função.
 Quanto a essa regra, vale dizer que, embora linhas verticais e horizontais endureçam rostos retangulares e quadrados, há ocasiões quando isso é desejável, como nas Forças Armadas.
Portanto, muitos vêem o visagismo meramente como uma técnica, baseado em regras que levam de novo a uma padronização e, por isso, o rejeitam.
Para mim, o visagismo é um conceito, que só pode ser aplicado a partir de uma consultoria e com conhecimento profundo da linguagem visual, sabendo analisar tanto as características físicas (formas de rostos, tons de peles e feições) quanto à personalidade, e liberando a criatividade, sem se prender a fórmulas ou regras.


     Sangüineo
 


A beleza sangüínea é luminosa e vibrante. Dinâmica, festiva e motivadora. É também destemida e criativa. Ligada ao sol, sua cor é o amarelo. Irradia alegria e entusiasmo.
 
Sangüíneos ocupam espaço e gostam de estar no centro de atenções. Gesticulam muito, são inquietos e falam e riam alto. São curiosos e motivados por novidades. Não gostam de rotina, nem de ficar confinados, por isso preferem trabalhar fora de escritórios. Também gostam de pessoas e têm facilidade de entusiasmar os outros. Não têm medo de novas empreitadas, mas podem ser impulsivos e, até, imprudentes.
 
No entanto, têm dificuldade em se estruturar, se concentrar e de ser constante, o que pode levá-los a serem superficiais. Por isso freqüentemente não terminam o que começam e são dispersivos e desorganizados. Às vezes são inconvenientes, por causa do entusiasmo excessivo. São desligados e “esquecidos” e com tendência a sofrer acidentes.




     Fleumático


A beleza fleumática é serena e espiritualizada. Meiga, acolhedora e abnegada. É também diplomática e amigável. Ligada ao éter, sua cor é o roxo. Transmite segurança e paz.

Os fleumáticos são amigáveis, pacientes e abnegados. São pacificadores e diplomáticos, pois não gostam de confrontos. Precisam de segurança, portanto não gostam de riscos. São constantes e fieis. São amorosos e carinhosos e transmitem um senso de satisfação e bem-estar. São adaptáveis e flexíveis, enquanto a sua comodidade não seja afetada.

Não são competitivos, nem ambiciosos. Satisfazem-se com pouco. Isso podem torná-los acomodados, disinteressados e, até, indolentes. Tendem a fugir de responsabilidades. Não gostam de incomodar os outros, porque não gostam de ser incomodados. Freqüentemente, deixam as escolhas para os outros, pensando que estão sendo agradáveis, sem perceber que isso pode ser muito irritante e deixa uma imagem de indeciso.




     Melancólico



A beleza melancólica é elegante, sensível e artística. Profunda, charmosa e sofisticada. É ligada à água, sua cor é o azul. Transmite calma e organização.
 
Os melancólicos são sensíveis, quietos e introvertidos. Prezam a eficiência e competência, podendo ser perfeccionistas. São profundos, reflexivos e pensadores, com inclinação artística ou científica. Têm bom gosto e são refinados, com aparência bem cuidada. Preservam seu espaço e não gostam que sua privacidade seja invadida. Muitos são meigos e prestativos.

Relutam em se arriscar e tendem a ser ansiosos. São organizados e gostam de manter listas de tarefas, com tendência à inflexibilidade quanto a normas e regras. Essa característica pode fazer com que se tornem controladores e conservadores, tolhendo sua criatividade, embora idéias não lhes faltam.
 
 
 
     Colérico
 

 
A beleza colérica expressa muita atitude. Poderosa, passional e independente, é também líder. Ligada ao coração, sua cor é o vermelho. Transmite força, coragem e determinação.

Os coléricos são pessoas fortes e decididas. Têm opiniões que expressam e defendem com força e paixão, o que faz com que pareçam intransigentes e autoritários. São emotivos e intensos. Podem ser explosivos, mas não guardam rancor. São fieis, corajosos, generosos e prezam a lealdade. Atuam em linha reta, perseguindo objetivos, e são obstinados, com tendência a serem teimosos. Terminam o que começam.
 
São motivados por desafios e podem ser insensíveis na busca dos seus objetivos. São dominadores, impacientes e intolerantes e podem ser arrogantes e orgulho- sos. São líderes que podem se transformar em tiranos.

Um comentário:

  1. Correção: Tú trocastes os nomes nas fotos Wilhelm Ostwald é o barbudo e Johannes Itten é o careca.

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